quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Boletim Informativo, 03 de fevereiro de 2013.



O Vale de Baca

Bem-aventurado o homem cuja força está em ti (…) o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva  (Sl 84:4-6).

Nos tempos do Velho Testamento os israelitas piedosos faziam peregrinações regulares a Sião (Jerusalém), para adorar a Deus no templo e celebrar festas religiosas. Esta era a alegria maior da sua vida. Eles amavam os tabernáculos de Deus, suspiravam pelos átrios do Senhor, exultavam pelo Deus vivo! (Sl 84:1-4) Aquelas  peregrinações eram muito difíceis em certos trechos, mas eles as enfrentavam com alegria; renovavam suas forças antegozando o momento em que apareceriam diante de Deus em Sião (v.7).
O trecho mais difícil da viagem, incontornável para a maioria deles, era o Vale de Baca (versão Revista e Corrigida), também chamado Vale das Lamentações (Septuaginta), Vale de Lágrimas (Vulgata Latina), Vale das Balsameiras(Bíblia de Jerusalém), e Vale Árido (Versão Revista e Atualizada).  Baca é uma palavra hebraica que significa choro, lágrima. As balsameiras são plantas que destilam, gotejam ou choram o bálsamo, uma resina de odor tão agradável que a palavra bálsamo veio a significar, figuradamente, “alívio”, “conforto”, “lenitivo”.
As peregrinações de Israel são um tipo ou símbolo da peregrinação dos cristãos neste mundo. Jesus disse aos seus discípulos: Vós não sois do mundo (Jo 15:19). Paulo escreveu aos filipenses: A nossa pátria está nos céus (…) (Fl 3:20) Pedro dirigiu suas epístolas …aos eleitos (…) peregrinos e forasteiros (…) (I Pe 1:1; 2:11) Os israelitas faziam suas peregrinações a Jerusalém a fim de adorar a Deus no templo; nós, os cristãos, estamos a caminho da chamada Jerusalém Celestial, onde iremos adorar e servir ao Deus Trino, em tabernáculos eternos.
Peregrinando aqui, temos passado, sim, por lugares de indizível beleza; o Bom Pastor, Jesus, mediante o Espírito Santo nos tem conduzido  por pastos verdejantes, e nos tem levado para junto das águas de descanso (Sl 23:1,2); anjos têm vindo do céu à terra somente para nos proteger (Sl 34.7); temos vivido experiências agradabilíssimas. Entretanto, alguns trechos do caminho têm sido  assaz difíceis. Não temos podido evitar o Vale de Baca, ou Vale de Lágrimas. Gostaríamos que o Salmo Pastoril (Sl 23) falasse somente de pastos verdejantes, águas tranqüilas e mesas postas, e não mencionasse o vale da sombra e da morte (v.4). Mas a referência está ali, e nada se pode fazer…
Se você, caro leitor, está passando pelo Vale de Baca, quero lembrar-lhe que seu equivalente físico na Palestina recebeu este nome não porque era árido, difícil, sofrido, mas em razão das plantas que ali cresciam e “choravam” bálsamo. Este vale recende a bálsamo!

O Vale de Baca é muito frequentado.
Os israelitas de quase toda a Palestina tinham que passar por ele, quando a caminho de Jerusalém. A topografia os obrigava a isso. Na experiência cristã não é diferente. Alguns são levados, como que por via aérea, do berço à glória da Jerusalém Celestial, e escapam do Vale de Lágrimas; mas todos os outros têm que passar por ele. Parece que Moisés o atravessou repetidas vezes. Idoso, sofrido e enfadado, ele orou: Volta-te, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos (…) Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade (Sl 90:13,14).
Muitas são as adversidades que nos afligem e nos fazem chorar no transcurso da nossa peregrinação terrena: desapontamentos, desastres, calamidades, perdas, escassez, perseguições, calúnias, ingratidão, enfermidades,  morte. De um modo ou de outro, cedo ou tarde, com maior ou menor freqüência, todos passamos pelo vale.

O Vale de Baca é muito indesejável.

O Vale de Baca é árido: não tem rios de alegria; os poços, cavados por alguns dos peregrinos que nos antecederam, ou por nós mesmos, são muitas vezes cisternas rotas que não retêm as águas (Jr 2:13).
o    É pedregoso: os peregrinos conseguem remover as pedras menores, não as grandes; a caminhada é muito sofrida; muitos tropeçam e caem.
o    É escuro: as trilhas serpenteiam entre rochas de angústia e montanhas de pecado; o Sol da Justiça se esconde atrás destas, e o vale se torna assustador e sombrio.
o    É extenso: os peregrinos sabem que Sião está à frente, mas não podem vê-la; a caminhada parece não ter fim. Muitos ficam  desencorajados.
o    É infestado: há espíritos maus neste vale. Eles tentam; fazem insinuações malditas e sugestões blasfemas: armam ciladas, lançam os dardos inflamados do maligno (Ef 6:11,16).

O  Vale de Baca é muito proveitoso.

Torna-nos mais fortes, mais humildes, mais dependentes de Deus, enfim, mais crentes. A companhia e as necessidades dos outros peregrinos nos ensinam a pensar mais neles, e a  … levar as cargas uns dos outros (Gl 6:2).
O autor do Salmo 119 aprendeu muito no Vale de Baca, razão por que orou: Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a tua Palavra (…) Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos(vs. 67,71). Paulo passou por esse vale diversas vezes, e testemunhou: … aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura como de fome, assim de abundância, como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece (Fp 4:11-13).
Com base na própria experiência, o apóstolo escreveu: Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus (…) (Rm 8.28)

Que fazer no Vale De Baca?


O texto diz: … passando pelo vale árido, faz dele um manancial… Como? Cavando poços. Os peregrinos orientais, quando passam por regiões áridas, sem água, cavam poços. Conseguem assim água para si e para seus animais. Agiram da mesma maneira no passado os patriarcas de Israel (Gn 26.18ss; Jo 4.12).  Isso nos ensina três coisas:
Há conforto e escape na tribulação. Nossa tendência, quando passamos por uma provação, é nos desesperar e desistir. Agar, a escrava egípcia de Sara, mulher de Abraão, quando expulsa de casa com o filho Ismael, enfrentou uma tremenda provação: andou errante pelo deserto de Berseba, até que lhe acabou a água do odre. Que fez, então? … colocou ela o menino debaixo de um dos arbustos, e afastando-se, foi sentar-se defronte, a distância (…) porque dizia: Assim não verei morrer o menino; e, sentando-se em frente dele, levantou a voz e chorou. Deus, porém, lhe disse: Ergue-te (…) Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela um poço de água (Gn 21.15-19). O poço estava ali, a salvação a seu alcance, mas Agar, pessimista, desesperada, incrédula, não o percebeu. Nos desertos e vales áridos da vida há sempre algum poço cheio de conforto e salvação. Quando não, cabe-nos cavar um.
O conforto e a saída podem custar esforço. Se o poço não está cavado, temos que cavá-lo nós mesmos. E isso requer esforço intenso. No entanto vale a pena. É melhor do que sentar para chorar e ficar esperando o imprevisível – talvez o fim. Muito da miséria e derrota de tantos cristãos se deve à sua inércia. Se quisermos saciar nossa sede de conforto, alegria e paz, e encontrar saída no Vale de Baca, temos que olhar à volta e encontrar os poços que outros já cavaram; ou então cavar nós mesmos nossos poços – na  Palavra de Deus, na oração, na adoração, no aconselhamento cristão.
O conforto e a saída encontrados por um servirão a outros. Os poços abertos pelos peregrinos de hoje serão úteis aos peregrinos de amanhã. Os samaritanos e o próprio Jesus se serviram da fonte de Jacó (Jo 4.6,12). No sentido figurado que estamos considerando, os Salmos são fontes de conforto que Davi e outros cavaram quando estiveram no Vale de Baca.
O conhecido livro Mananciais no Deserto contém o testemunho de muitos que beberam dessas fontes tão antigas, e por sua vez cavaram outros poços. Estas são as fontes, e estes são os poços que Deus nos aponta quando não temos forças para cavar e, como Agar, simplesmente nos assentamos para chorar e esperar o fim. Às vezes é preciso desentulhar os poços entulhados por inimigos, por maus intérpretes e por maus conselheiros (Gn 26.15,18); outras vezes é necessário cavar poços novos (Gn 26.22).

Cavado o poço, espere pela chuva

Nosso texto diz ainda: … de bênção o cobre a primeira chuva (Salmos, 84:6). Isso estabelece uma distinção muito importante para todas estas considerações: os poços que cavamos no Vale de Baca geralmente são do tipo reservatório. Nós os cavamos, mas eles só se encherão quando Deus fizer chover. Tais poços não se enchem de baixo para cima, mas de cima para baixo. Nós fazemos nossa parte; Deus faz a dele. Cavar poços, abrir reservatórios, é um meio, não um fim. A bênção não está no meio, no reservatório, mas no Deus dos meios que enche o reservatório com seu conforto, sua paz, sua alegria, sua salvação, seu poder e sua presença. Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós, com alegria, tirareis água das fontes da salvação (Is12:2,3).
Deus e Cristo estão conosco no Vale de Baca. Por isso ele recende a bálsamo! Há poços cheios ali. Ele certamente nos permitirá descobri-los. Se assim não for, nos ajudará a cavar nossos próprios poços, e prontamente os encherá de bênçãos.

Pr. Éber M. Lenz César, Recife, Agosto de 1992.
Esta mensagem está no livro do mesmo autor, “Passando pelo Vale Árido”.
 



 Atenção Lideres de Grupos Familiares
Hoje, logo após a Escola Dominical teremos uma reunião com o Rev.Cleverson.

Ceia na Cong. Alto da Estação
Rev.Cleverson esta ministrando a Ceia do Senhor na Cong. Alto da Estação hoje no período da Escola Dominical.

 Celebração da Ceia do Senhor
Hoje à noite participaremos da Mesa do Senhor. Este é um momento precioso e de grande importância espiritual para a vida da igreja. Venha celebrar conosco a obra de Cristo por nossas vidas.

Coral
Hoje as 18:30h iniciaremos os nossos ensaios nos preparando para cantar no Culto Noturno.

Culto de Formatura
Próxima terça-feira (05/02), as 19:30h teremos o culto de formatura do IESP. Você e sua família são nossos convidados.

Reunião do Conselho Missionário
A Reunião do conselho Missionário será na próxima terça-feira (05/02) após o Culto de Formatura.

Reunião do Conselho
Na próxima quinta-feira (07/02) após o Estudo Bíblico o Conselho terá sua reunião.

Culto de Bebê
A SAF da Igreja Central está promovendo o primeiro culto de bebê (Lívia) na casa dos nossos irmãos Marcus Vinicius e Ana no dia 08 de fevereiro (sexta-feira) as 19:30h. O endereço é rua Cassimiro Santo, 790 – centro. Toda igreja está convidada.

Celebração da Ceia para Terceira Idade
No próximo sábado (09/02) as 14:30  os nossos irmãos da Terceira Idade estão convidados a participar do Culto e Celebração da Ceia.

Reunião de Oração - Cong. Manancial
Na próxima terça-feira (05/02) as 19:30h teremos a nossa Reunião de Oração na casa da nossa irmã Maria Gonçalves. 


Acampamento de Verão 2013
Tema: UM DIA A MAIS
Responsável pelo Acampamento: IPB Morada Nova
Inscrição: Marco Túlio (Central)
Data: 09 a 12 de fevereiro
Valor: 120,00
Local do Acampamento: Pousada Girassóis (Represa Nova Ponte)
Participação: Banda Tanlan (Banda Gaúcha)

Classe Catecúmenos
Em breve estaremos iniciando um novo grupo para começar a Classe de Catecúmenos. Se você tem interesse dê seu nome para o Pb.Natanael.


Aniversariantes da Semana

03/02
Francisco Teixeira Filho
Central
3832-1384
05/02
Jandira Wenceslau da Silva
Alto da Estação
3832-1739
07/02
Edna Maria de Jesus
Central
3832-4575
07/02
Janaina dos Santos Reis
Central
3831-2501
08/02
Daniel dos Reis Junior
Central
3831-2501
08/02
Eleuza Ramos Duarte
Filadélfia
8832-8915
09/02
Levi Faustino Alves
Central
3831-5524
09/02
Raquel Rosa Pereira Araujo
Manancial
8837-9573


Escala presbíteros – Cong. Manancial
Mês de fevereiro – Pb. Marcelo




ESTUDO DIRIGIDO PARA GRUPOS FAMILIARES

Texto: Colossenses 4.2-6

Tema: Conselhos para uma vida frutífera

Estudo preparado pelo Rev. Cleverson Gilvan

                Seguramente todos nós queremos ter uma vida abençoada por Deus. Contudo, sabemos que tal vida requer uma série de atitudes que precisam ser tomadas e como na jornada espiritual não existem atalhos é bom que nos conscientizemos acerca das providências que devemos tomar para termos uma vida frutífera.
                Esta semana meditaremos na epístola de Paulo aos Colossenses, mais particularmente na sessão onde Paulo fala sobre a oração, sobre a Palavra e o testemunho.
                Peça a Deus que esclareça o seu coração para que sua vida seja cheia das bênçãos celestiais.

1) Qual a primeira providência que devemos tomar, segundo o verso 2?

2) Como você acredita que podemos desenvolver uma vida de oração melhor?

3) No verso 4 Paulo pede oração pelo seu ministério de proclamação do evangelho. Cremos que falar de Jesus também contribui para o nosso crescimento espiritual. De que modo você tem procurado compartilhar a sua fé em Jesus?

4) Como deve ser o testemunho cristão segundo os versos 5 e 6? O que mais chamou sua atenção nestas recomendações? Por quê?




FORUM

ORAÇÃO E REFLEXÃO TEOLÓGICA parte 4

Evang. Lucio de Oliveira

Na primeira parte de nossa reflexão sobre a oração, explicamos que oração é um assunto teológico, e, como tal, pode ser analisado e até mesmo corrigido. Na segunda parte, analisamos e criticamos aqueles que dizem ser uma pretensão do homem, em virtude de sua insignificância, falar com o Criador e esperar que ele se importe com nossos pequenos problemas. Na terceira parte, criticamos outra alegação de pretensão por parte do homem. Dessa vez, a pretensão dizia respeito à repulsa da parte de Deus por conta de nossas máculas morais. Descobrimos que seria, de fato, uma pretensão se Cristo mesmo não nos levasse até Deus. Desta vez, refletiremos sobre a oração e os planos ocultos de Deus.
Acreditamos que muitos dos irmãos tenham ouvido falar de Mônica, mãe de Agostinho. Ela foi, segundo relatos na auto-biografia de Agostinho chamada ‘Confissões’, uma mulher extremamente piedosa. Acompanhou a peregrinação filosófica e espiritual do filho, até seu encontro com Cristo, com muitas lágrimas e orações. Viu-o afundar em idéias cada vez mais estranhas e antagônicas ao cristianismo, e lamentava, diante do Senhor, as blasfêmias proferidas pela boca de sua cria. Certa feita, Agostinho intentara ir para Roma, para dar aula (parece que os alunos de lá eram menos bagunceiros: “... mas o principal e quase único motivo de minha determinação era saber que os jovens de Roma eram mais sossegados nas classes...” Confissões, Livro V, Capítulo VIII), e sua mãe, claro, se opôs. Não queria seu filho tão longe. Agostinho então dribla sua mãe, inventando uma desculpa, e logo se vai. Com essa contextualização, poderemos interpretar os trechos que mencionaremos a seguir: “Mas o verdadeiro motivo de eu sair de Cartago e ir para Roma só tu, ó Deus, o sabias, sem manifestá-lo a mim nem à minha mãe, que chorou amargamente minha partida, seguindo-me até o mar. [...]Mas, naquela mesma noite parti às escondidas, deixando-a a orar e a chorar. E que te pedia ela, meu Deus, com tantas lágrimas, senão que me impedisses de navegar? Mas tu, de visão infinitamente mais ampla, entendendo o intuito de seu desejo, não atendeste ao que ela então te pedia, para fazer em mim aquilo que sempre te pedia [a conversão de Agostinho]. Soprou o vento, enfunou nossas velas, e logo desvaneceu de nosso olhar a praia, onde de manhã cedo minha mãe, louca de dor, enchia de queixas e de prantos teus ouvidos insensíveis. [...] Ela, como todas as mães, e ainda mais que a maioria delas, desejava manter-me junto de si, desconhecendo as grandes alegrias que lhe preparavas com minha ausência.” (Confissões, Livro V, Capítulo VIII).
Observemos, rapidamente, alguns pontos. Mônica sempre orara pela conversão de Agostinho. Esse era seu maior desejo. Mônica agora, respirando a ameaça de ver seu filho partir, clamava incessantemente e com veemência, para que Deus não deixasse Agostinho velejar. Mas como ele mesmo coloca, Deus não atendeu ao que ela, sua mãe, então pedia, para trazer-lhe, a Agostinho,  o que ela mais queria, sua conversão. Se Mônica pudesse ver isso, estaria completamente grata pelo fato de Deus o estar levando para Roma.
Isso me lembra a tão conhecida história de José [Quem quiser conhecer essa fantástica história real, basta ler Gênesis 37; 39 – 47]. Para Jacó, ou Rúben, as coisas parecem ter fugido do controle. Eles, porém, não sabiam como Deus havia conduzido as coisas de modo que tudo acontecera da melhor forma possível! José não só estava vivo, como estava muito bem, e foi o responsável, pela graça de Deus, por haver alimento naqueles dias miseráveis.
O fato é que, muitas coisas estão ocultas a nossos olhos. Certamente morreremos sem saber de muito do que se passou, e, até mesmo sem entender muitos dos planos de Deus. Temos, porém, ante nós, duas histórias reais, magníficas, que deveriam nos ensinar a ficar mais tranqüilos e confiantes nos sapientíssimos planos da divindade. Às vezes, quando Deus estiver fazendo exatamente o oposto, ou estiver parecendo ‘insensível’ aos nossos clamores, ele pode estar ‘levando nosso Agostinho à Roma para que lá ele se converta’, ou seja, ele pode estar, na verdade, nos abençoando conforme o pedimos.
E isso acontece com mais freqüência do que pensamos. Quem de nós nunca orou pedindo para que Deus nos abençoasse, e nos fizesse muito felizes? Quem de nós nunca orou pedindo as bênçãos do Senhor, de forma genérica, querendo, por isso, pedir para que Deus nos prospere de forma geral? Bom, olhemos com mais atenção para Romanos 8:28-29:
 “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.
Qual a intenção de Deus aqui? Sua finalidade, seu objetivo final, é transformar-nos segundo a imagem de Cristo. Ou seja, é santificar nossa alma de tal forma que reflitamos a Cristo, como homem, de forma cabal, e isso é a verdadeira felicidade. O pecado é a raiz de toda tristeza e mal. Eliminá-lo, ainda que não consigamos perceber de imediato, é o melhor de todos os presentes, a melhor de todas as bênçãos que Deus poderia nos dar.
Volte, agora, seus olhos para Romanos 5:3-4:
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança;  e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança”.
Aqui, Paulo, inspirado divinamente, fala que Deus trás tribulações a nós para que perseveremos e, o fazendo, tenhamos nosso caráter purificado, transformado, burilado *¹. Portanto, muitas vezes, quando pedimos pra Deus nos abençoar, (e devemos, de fato, pedir isto), podemos passar por muitas tribulações e aflições, todas com o intuito de santificar nossa alma, para a nossa alegria, e para a glória do Deus Triuno.
BIBLIOGRAFIA
Confissões – Santo Agostinho
Léxico do Novo Testamento Grego-Português – F. Wilbur Gingrich
______________________________________________________________________
*¹ Segundo o Textus Receptus, o termo traduzido pela edição Revista e Atualizada como experiência é ‘dokimen’, que vem de dokimê, que significa, literalmente, “ ‘a qualidade de ser aprovado,’ daí, caráter” (Léxico do Novo Testamento Grego-Português – F. Wilbur Gingrich, p. 59).



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Boletim Informativo, 27 de janeiro de 2013



A alegria do crente é ultra-circunstancial


Tiago, líder da igreja de Jerusalém, escreve para as doze tribos da dispersão, gente que estava vivendo no vale do sofrimento, perdendo seus bens e sua liberdade. Para esses crentes fuzilados pelos ventos da perseguição, Tiago traz uma palavra de encorajamento. Destacaremos, aqui, alguns pontos importantes:
Em primeiro lugar, as provações na vida do crente são necessárias. Tiago escreveu: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações (Tg 1.2). Passar pelo vale da prova não significa ausência do amor de Deus. Ser provado não é falta de fé nem expressão de imaturidade espiritual. A prova é diferente da tentação. O inimigo nos tenta para nos enfraquecer; Deus nos prova para nos fortalecer. O inimigo nos tenta para nos derrubar; Deus nos prova para nos transformar. Um atleta só tem um desempenho notório quando se submete à disciplina das provas. Através das provas, Deus vai esculpindo em nós o caráter de Cristo. Por meio do sofrimento, Deus vai nos burilando e nos tornando semelhantes a Cristo, que aprendeu pelas coisas que sofreu.
Em segundo lugar, as provações na vida do crente são variadas. Tiago diz que os crentes passam não por poucas, mas por várias provações. Essa palavra significa “de diversas cores”. Há provas amenas e provas severas. Há provas leves e provas pesadas. Há diversas tonalidades de provas. Para cada prova, entretanto, há uma graça especial de Deus que nos capacita a enfrentá-la. Deus não nos prova além de nossas forças. Com a prova, Deus provê também o livramento. As provas não são produto do acaso, mas têm sua gênese na soberana providência divina. Mesmo quando o diabo e suas hostes lançam seus dardos inflamados contra nós, Deus transforma essas situações em bênção para nós. Podemos afirmar, com uma convicção inabalável: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
Em terceiro lugar, as provações na vida do crente são passageiras. As provas vêm e vão, mas nós prosseguimos em nossa jornada rumo ao céu. Cruzamos desertos tórridos, descemos a vales escuros, escalamos montanhas íngremes e atravessamos pântanos perigosos, mas mesmo sangrando nossos pés nesse caminho estreito, marchamos resolutamente rumo à bem-aventurança eterna. Nós nos alegramos não por ficarmos nas provas, mas por passarmos por elas.
Em quarto lugar, as provações na vida do crente são propositais. O projeto de Deus é nossa maturidade espiritual. A provação produz perseverança e a perseverança tem como objetivo sermos perfeitos e íntegros, em nada deficientes (Tg 1.3,4). Não há maturidade espiritual sem prova. Não há fortalecimento das musculaturas da nossa alma sem exercício. Somos provados para sermos aprovados. A fornalha das provações queimam apenas nossas amarras. Deus nos predestinou para sermos conformes à imagem do seu Filho e Deus está trabalhando em nós, transformando-nos de glória em glória, na imagem de Cristo. O cinzel de Deus é a prova. As provações tem como propósito nos desmamar das glórias deste mundo e colocar nossos olhos na recompensa eterna.
Em quinto lugar, as provações na vida do crente são enfrentadas com toda alegria. Não somos como os estoicos que acreditam num destino cego. Não vivemos debaixo do rolo compressor das circunstâncias irremediáveis. Nossa vida é governada pelas mãos daquele que está assentado na sala de comando do universo e governa o mundo. Alegramo-nos não no sofrimento da prova, mas na convicção de que Deus está no controle de toda e qualquer situação e utilizará até mesmo a nossa dor para o nosso bem final. Afirmamos, portanto, com entusiasmo, que a alegria do crente é ultra-circunstancial.
Rev. Hernandes Dias Lopes


Acampamento de Verão 2013
Tema: UM DIA A MAIS
Responsável pelo Acampamento: IPB Morada Nova
Inscrição: Marco Túlio (IPB Central)
Data: 09 a 12 de fevereiro
Valor: 120,00
Local do Acampamento: Pousada Girassóis (Represa Nova Ponte)
Participação: Banda Tanlan (Banda Gaúcha)

https://www.facebook.com/acampaverao2013?fref=ts



Classe Catecúmenos
Em breve estaremos iniciando um novo grupo para começar a Classe de Catecúmenos. Se você tem interesse dê seu nome para o Pb.Natanael.

UCP CENTRAL
Próximo sábado (02/02) as 14:30h a UCP terá sua plenária, Eleição e Tarde Esportiva. Solicitamos aos pais que tragam seus filhos. Será uma tarde agradável de comunhão.

Atenção Lideres de Grupos Familiares
No  dia 03 de fevereiro, logo após a Escola Dominical teremos uma reunião com o Rev.Cleverson.

Bodas de Prata
No dia 02 de fevereiro nossos irmãos Pb. Marcelo Oliveira e Mizza celebrarão suas bodas de prata com um culto em ação de graças em nossa igreja, às 19:30 horas. Toda Igreja (central e congregações) está convidada.


Reunião de Oração – Cong. Manancial
Próxima terça-feira a Reunião de Oração da Cong. Manancial será na casa da D. Adi a Rua Carlos Pereira Carlinhos, 200 – Santa Terezinha.

Aniversariantes da Semana

27/01
Éderson Esteves da Silva
Central
3831-7402
28/01
Sonia Helena dos Reis
Central
3832-5428
31/01
Marcos M. Lacerda
Central
3831-2928
02/02
Dirceu Lázaro Rodrigues
Central
3831-4538



Escala dos trabalhos na Central durante férias do Pastor Cleverson

27/01 – Escola Dominical -  Pr. José Carmo
             Culto -  Evang. Fernando

29/01 – Reunião de Oração -  Pb. Natanael

31/01Estudo Bíblico – Evang. Lucio


Escala presbíteros – Cong. Manancial
Mês de janeiro – Pb. Natanael
Mês de fevereiro – Pb. Marcelo




ESTUDO DIRIGIDO PARA GRUPOS FAMILIARES

Texto: I Ts. 4.9-12
Tema: O caráter do amor fraternal
Estudo preparado pelo Rev. Cleverson Gilvan

                O amor é um fruto do Espírito Santo.
                No Novo Testamento, quando o Espírito age salvadoramente no pecador, sua marca fica impressa nele. E isto de tal forma que o homem transformado e salvo é capaz de refletir esta virtude espiritual.
                No entanto é comum encontramos pessoas acreditando que o amor é um mero sentimento e assim, escravos das emoções, os homens se acham no direito de escolher aqueles a quem devem devotar amor. Mas, nas Escrituras o amor, que é virtude do Espírito Santo, é mais que um sentimento. Ele é uma atitude!
                Como você tem encarado esta virtude? Como ela tem interferido nos seus relacionamentos interpessoais? Analise este texto e pense nas pessoas que Deus tem colocado no seu grupo como objetos do seu amor cristão.

1) Qual a instrução que Paulo passa aos crentes de tessalônica no verso 9?

2) Se o amor é um mandamento, qual o modo mais fácil de obedecê-lo?

3) O verso 10 ensina que devemos progredir no amor de uns para com os outros. O que podemos fazer para estreitar e solidificar nossos relacionamentos de maneira saudável? De que modo você acredita que Cristo pode contribuir nesse processo?

4) Qual o maior obstáculo que você vê ao aprofundamento do amor fraternal? Como você acredita que isto pode ser resolvido?





FORUM

ORAÇÃO E REFLEXÃO TEOLÓGICA parte 3

Evang. Lucio de Oliveira


Na primeira parte de nossas reflexões nós observamos que ‘oração’ é um assunto teológico, e, como tal, deve ser estudado, analisado e até mesmo criticado. Podem haver erros e equívocos nas orações, e, caso queiramos ser ouvidos por Deus (no sentido de produzirmos orações eficazes *¹), temos de observar os parâmetros corretos que ele prescreve em sua Palavra.
Na segunda parte de nossas meditações, observamos a sugerida, por parte de ímpios e hereges, pretensa pretensão do homem ao orar. O homem é apenas uma partícula espacialmente insignificante em meio a toda a criação. Mesmo assim isso não implica em alguma dificuldade para a mente infinita de Deus nos observar.
Dessa vez vamos desmistificar mais uma pretensa pretensão em relação à oração. Comentamos sobre ela na última Escola Dominical (20/01), bem como a sua resolução. Essa também observa a majestade de Deus, porém numa perspectiva moral. Deus é absolutamente santo. Nas aulas de teologia bíblica do Ibel, o Reverendo Salvador Fonseca nos informou que o termo ‘santo’ pode significar tanto a idéia de separado para fins sacros, quanto a idéia de perfeição moral, pureza. Os dois significados podem ser atribuídos a Deus. Ele é transcendente (embora imanente), de modo que esteja, de fato, separado de tudo; e, por natureza, tem apenas objetivos sacros [óbvio demais, mas não causa problemas mencionar]. Mas Deus também é absolutamente perfeito moralmente; ele é puríssimo; nele não há nenhuma imperfeição moral (e.g. Levítico 21:8; Isaías 6:3; Salmos 99:9). Na verdade, Deus mesmo é a fonte de toda virtude. Ele é amor; ele é justiça, ele é o bem!
Esse Deus Santo é ‘fogo consumidor’ (Hebreus 12:29), ou seja, é justo e justo juiz (Salmos 7:11). Ele não pode, por sua própria natureza, deixar impune os pecados. Deixar de fazê-lo seria negar-se a si mesmo, o que lógica e biblicamente (2 Timóteo 2:13b) é declarado impossível.
No outro lado da relação está o homem, podre, sujo, imundo, coberto de pecado e culpa. Ele é horrível, e, muitas vezes é tão arrogante e hipócrita que nem mesmo reconhece as feridas purulentas expostas na ‘derme da alma’. Paulo compila uma exposição bíblica vétero-testamentária para descrever o estado moral e espiritual do homem em Romanos 3:10-18:
“Como está escrito: ‘Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem buscque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.”
Um quadro horripilante! Deveras, chocante. Embora isso não seja patente, e muitos dos leitores provavelmente estejam pensando "eu não sou assim, nem nunca fui", este é o estado do coração da humanidade. Nosso coração é mais sujo que percebemos. É propenso a todo tipo de mal. Inclusive a busca despretensiosa, interesseira e mercenária a Deus é aqui condenada, de modo que nem mesmo pessoas religiosas, aparentemente devotas, se eximem de inclusão nessa terrível descrição.
De um lado, um Deus santíssimo. Do outro, um homem sujíssimo. Não pode haver ligação. O homem não só é insignificante, como é repugnante. Deus prestaria ouvidos a este? Como? Embora já o tenhamos antecipado na nota de rodapé, ressaltaremos e salientaremos a resolução.
A solução é Cristo! Hebreus 10:19-21 nos diz que ele abriu o caminho até Deus. O Santo dos Santos era um lugar especial dentro do tabernáculo (e depois do templo), onde o sacerdote, depois de oferecer sacrifícios por conta de seus pecados, entrava no Yom Kippur ou Dia da Expiação (lembrar do estudo bíblico em que estudamos Levítico 23:26-32 com o Reverendo Cleverson). Era um momento solene e sublime, onde o sacerdote ficava ‘face a face com Deus’, embora o cômodo estivesse cheio de fumaça, oriunda do incensário, para simbolizar o fato de o homem não poder, em seu estado de impureza, ficar frente a frente com Deus sem morrer*². E agora, Jesus, por seu sangue, nos purificou, de modo que já não precisamos temer o juízo de Deus sobre nossos pecados. Já fora remetido a Cristo. O véu que separava o Santo dos Santos e o resto do templo já não existe mais. Foi rasgado. Em outras palavras, é Cristo mesmo que nos pega pelas mãos e nos leva, dando-nos muita segurança, até à presença do Pai para orarmos.
Portanto, não é pretensão alguma o querer ir até Deus mesmo uma vez que ele mesmo é quem faz o convite; uma vez que já não há o que temer, pois nossos pecados já foram cobrados de Cristo, que pagou, de uma vez por todas, a nossa conta.
“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, unto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4:16)!

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*¹ Quando falamos de ‘oração eficaz’, não estamos pensando, necessariamente em orações atendidas conforme desejamos. A Bíblia fala, por exemplo, de Deus virando o rosto e tapando os ouvidos às orações de seu povo por estes estarem cheios de pecados nas mãos (confira Isaías 1:15; 59:1-3). Certamente temos o perdão destes pecados em Cristo. Temos apenas de confessá-los para limpar nossas mãos. Orações eficazes consistem naquelas em que Deus não faz o que acabamos de mencionar, ou seja, ele não vira o rosto, nem tapa os ouvidos.
É óbvio, também, que esse tipo de linguagem é antropomórfica, ou seja, é uma forma de comunicar uma verdade de forma metafórica, em forma humana. Não é que Deus tenha ouvidos ou rosto; mas, expor desta forma nos facilita o entendimento. Também, como Deus é onisciente, não há oração que ele não ouça. Na verdade, como vimos no último estudo bíblico, antes mesmo da palavra nos chegar aos lábios ele já a conhece (Salmos 139:4). Mas ele pode resolver não dar atenção, ou simplesmente ignorar petições ou mesmo louvores que não estejam conforme ele prescreve.
*² O reverendo Cleverson Gilvan, inclusive, comentou sobre um costume tradicional judaico de amarrar uma corda nos pés do sumo sacerdote, que adentraria o Santo dos Santos, para que, caso ele lá adentrasse em pecado e morresse, fosse puxado, pois, ninguém poderia entrar ali sem padecer do mesmo destino.